Pesquisas avaliam potencial terapêutico de plantas da Caatinga
07-07-2010 17:15:31

Várias universidades do país têm se dedicado a pesquisas com plantas para comprovar cientificamente a sua eficácia terapêutica. Este é o caso do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Neplame/Univasf) que reúne um grupo de pesquisadores que investigam espécies da Caatinga, utilizadas pela população na prevenção e tratamento de doenças.

Os estudos desenvolvidos por professores e estudantes do curso de Ciências Farmacêuticas envolvem atualmente seis espécies típicas do semiárido. São elas: Imburana de Cheiro (Amburana cearensis), Jericó (Selaginella convoluta), Jatobá (Hymenaea martiana), Caroá (Neoglaziovia variegata), Macambira de Flexa (Encholirium spectabile), Macambira de Porco (Bromelia laciniosa) e ainda a Amora Miúra (Morus nigra), planta de origem asiática trazida ao Vale do São Francisco por imigrantes japoneses.

De acordo com o coordenador do Neplame, professor Jackson Guedes, as análises químicas e farmacológicas, que visam identificar os princípios ativos das plantas, confirmam a presença de componentes com atividade analgésica e antiinflamatória em todas elas. No caso da Amora Miúra, os pesquisadores também identificaram efeito antioxidante.

A novidade, aponta professor Jackson, é que entre as espécies estudadas no Neplame, três ainda não têm uso na medicina popular, o Caroá, a Macambira de Flecha e a Macambira de Porco. “As propriedades identificadas nestas plantas, nos testes em laboratório, também confirmaram atividade gastroprotetora”, afirma o professor. As próximas fases de pesquisa vão englobar isolamento dos constituintes químicos, determinação da estrutura química e realização de testes em modelos experimentais, ou seja, em cobaias. O professor explica que os estudos em laboratório envolvem diferentes etapas que avaliam, inclusive, o nível de toxicidade da planta, visando oferecer maior segurança para o consumo.

SOBRE O NEPLAME

A ideia de criação do Neplame surgiu em 2007 durante a realização do I Simpósio de Plantas Medicinais do Vale do São Francisco. O Neplame objetiva dar suporte científico ao uso de plantas medicinais na região e conta com apoio do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradas (Crad-Caatinga/Univasf) e parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Atualmente o Neplame trabalha com as seguintes linhas de pesquisa: Analgesia e Inflamação; Atividade Antioxidante; Contração e Relaxamento de Músculo Liso; Atividade sobre o Sistema Nervoso Central. O grupo é composto pelos professores Jackson Guedes, Xirley Nunes, Julianeli Tolentino, Luciano Ribeiro, Fladmir Claudino, Edigênia Cavalcanti e Fabrício Souza.


Por: Assessoria de Comunicação

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